Texto da Professora Elaine Nascimento Raulino do IFMA/CCH. Mestre em
Cultura e Sociedade- UFMA. Especialista em Magistério Superior e Graduada em
Letras.
O professor de língua portuguesa, como um
profissional da educação, precisa investir na sua profissionalização para
atender às demandas políticas especificamente as Diretrizes Curriculares para o
Curso de Letras relacionadas ao desenvolvimento de competências e habilidades.
A proposta dos
princípios norteadores dessas Diretrizes estabelece a visão de Universidade,
enquanto espaço produtor e detentor do conhecimento, instância direcionada para
considerar às necessidades educativas e tecnológicas da sociedade, além da
flexibilidade na organização do curso, consciência de diversidade e
heterogeneidade do conhecimento do aluno.
Nesse sentido, propõe
o papel do professor de língua portuguesa como orientador responsável pelo
ensino dos conteúdos programáticos, pela qualidade da formação do aluno,
enquanto sujeitos capazes de lidar com a linguagem de forma crítica,
especialmente a verbal, nos contextos oral e escrito, conscientes de sua inserção
na sociedade e nas relações interpessoais, dominar o uso da língua ou das
línguas que sejam objeto de seus estudos, em termos de estrutura,
funcionamento, manifestações culturais e variedades linguísticas, fazer uso de
novas tecnologias, compreender sua formação profissional com processo contínuo,
autônomo e permanente, ter capacidade de reflexão crítica, nas questões
relativas aos conhecimentos lingüísticos e literários.
Para efetivar essa
proposta urge trabalhar na perspectiva teórico-metodológico do ensino produtivo
de língua portuguesa epistemologicamente fundamentada na educação lingüística.
Essa metodologia do ensino oportuniza o aluno vivenciar múltiplas situações de
aprendizagem da língua em uso, na extensão dessa língua de maneira mais
eficiente, a fim de desenvolver a competência comunicativa que implica o
usuário saber falar, ouvir, escrever e ler.
Travaglia (2007)
afirma, de forma peremptória, que
a
educação linguística deve ser entendida como o conjunto de atividades de
ensino/aprendizagem, formais ou informais, que levam uma pessoa a conhecer o
maior número de recursos da sua língua e
ser capaz de usar tais recursos de maneira adequada para produzir textos a
serem usados em situações específicas de interação comunicativa para produzir
efeito(s) de sentido(s).
As aulas de português
seriam então aulas numa concepção interacionista, funcional e discursiva da língua
alicerçadas em teoria sociointeracionista vygotskiana da aprendizagem, nas
atividades de letramento, na utilização de textos, discursos, gêneros textuais
diversificados considerando aspectos cognitivos, sócio-políticos, enunciativos
e linguísticos envoltos no processo de ensino/aprendizagem dessa língua.
As atividades linguísticas necessariamente textuais
arroladas nas questões de produção, recepção,
compreensão de textos e suas funções sociais consistem o foco para o ensino
produtivo da língua. Nas intervenções pedagógicas do professor na sala de aula
para promover o desenvolvimento de habilidades de falar e ouvir poderiam ser
utilizadas o ato de contar história, recontar, argumentar, debater, justificar,
informar, expor, avisar, apresentar, convidar, interpretar, manifestar, etc.
Para o desenvolvimento da competência da
escrita, providenciar a produção de vários gêneros textuais orientados em etapas
de planejar, escrever e reescrever. No tocante a leitura, ultrapassar a ação de
decodificação para uma prática interativa entre leitor, texto, autor no alcance
da reflexão e compreensão da realidade.
No uso prioritário da gramática superar o
ensino de definições e nomeações de
unidades linguísticas, para o ensino com estratégias metacognitivas, com
formulação de objetivos prévios à leitura e predições sobre o texto, bem como,
a capacidade gramatical de análise dos elementos linguísticos fonológicos,
morfossintáticos, semânticos e estilísticos compreendidos de forma global
através também da inferência lexical.
As práticas
pedagógicas desse profissional da educação deveriam direcionar-se para o ensino
da língua com todas as suas variedades, forma, função e uso, na medida em que
haja a consecução dos objetivos dos usuários em situação de comunicação social.
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